História

No Brasil da década de 1980, grupos estudiosos das relações do cérebro com a cognição e o comportamento haviam se formado em diferentes locais e instituições, mas desenvolviam suas pesquisas de maneira isolada.

Em 1983, o pesquisador Jayme Antunes Maciel Jr. foi ator fundamental na criação da linha de pesquisa Neuropsicologia-funções corticais e na inserção do tema Neuropsicologia, pela primeira vez, no curso de graduação em medicina da Universidade de Campinas (UNICAMP). Paralelamente, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC SP) o professor doutor e neuropediatra, Norberto Rodrigues, iniciou um movimento pela integração dos diversos grupos de estudo sobre o tema.

Foi a partir da integração destes e outros pesquisadores que, em setembro de 1988, fundou-se a Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp), em Assembleia Geral da Academia Brasileira de Neurologia, durante o XIII Congresso Brasileiro de Neurologia, em São Paulo.

Com caráter multidisciplinar e interdisciplinar a instituição agrega profissionais, de diferentes áreas do conhecimento, que desenvolvem atividades clínicas e de pesquisa no campo das ciências cognitivas. Desde então, médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas-ocupacionais, pedagogos, psicopedagogos, linguistas, biólogos, fisioterapeutas, professores universitários e estudantes neuropsicólogos integram o quadro de associados da instituição.

Reforçando o propósito da sua formação, a SBNp busca atuar em consonância com instituições internacionais como a Sociedade Latino Americana de Neuropsicologia (SLAN) e a Sociedade Internacional de Neuropsicologia (SIN). Ao longo de sua história, essas parcerias são concretizadas por meio da promoção de eventos científicos. Os primeiros foram realizados, em São Paulo, no ano de 1991, e contaram com a presença de estudiosos de outros países da América Latina e da Europa.

O I Congresso Brasileiro de Neuropsicologia e o II Congresso Latino-americano de Neuropsicologia inauguraram a tradição da instituição na produção de publicações científicas resultantes das reflexões construídas durante os eventos. Os livros apresentaram relevantes pensamentos sobre a constituição da neuropsicologia no país e a apontaram como uma disciplina científica, com formação em níveis de pós-graduação latu sensu e stricto sensu. As ideias defendidas por Norberto Rodrigues baseavam-se na complexidade das ciências cognitivas, desenvolvidas a partir de modelos gerados em disciplinas diversas e da atuação clínica, exigindo uma maior maturidade profissional e conhecimento aprofundado sobre o assunto.